27.12.06

Fedra.



“atormentas a noite - morte em que viajo
dás as flores do sono a envolver-me
no corpo dengoso inscreve a boca
de fragmentos fortes e de corpos fartos

cintilaste na manhã e nela prostras
a carne que é de luz e fuzila as palavras
estás-me nesta carne e nesta plumagem - língua
só por sentir no redor o meu bálsamo assassínio.”


A realidade é que ao desejar incondicionalmente um ser ou um objecto cria-se um vidrado criminoso difícil de polir. É certo que são antípodas num plano abstracto, mas está presente em nós e Donizetti já compunha e encantava melodias da questão amor vs morte.

Locus horrendus ou realidade? Poesia e vida, creio.

Muito antes de Donizetti, Eurípedes conta a estória, ou mito, da vida de Fedra, rainha de Atenas e mulher de Teseu que se apaixona no acto desesperante pelo seu enteado Hipólito.

O amor proibido de Fedra revolta-a e fá-la a todo o custo enegrecer a imagem do enteado.

A paixão quando revelada, faz rebentar uma série de acontecimentos trágicos que culminam na morte de Hipólito e no suicídio da rainha.


A perder? Não me parece...

Em cena no Maria Matos de 11.01.07 a 18.02.07.

Autoria de Jean Racine com tradução de Vasco Graça Moura e encenação de Ana Tamen.
Interpretação: Adelina Oliveira, Alexandre Sousa, Beatriz Batarda, Cândido Ferreira, Cristina Bizarro, Kjersti Kaasa, Pedro Carmo e Sara Carinhas.

1 comentário:

Anónimo disse...

vamos!!!

beijos


T.C.